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terça-feira, 2 de setembro de 2014

“Strange fruit — Billie Holiday e a biografia de uma canção”.

Em agosto de 2012 chegava às livrarias , pela Cosac Naify : o livro



“Strange fruit — Billie Holiday e a biografia de uma canção”.


Considerada a primeira canção de protesto explícito contra o racismo e o linchamento de negros no Sul dos Estados Unidos, Strange fruit é um poema metafórico que ilustra o modo como os negros eram mortos e exibidos ao público: pendurados em galhos de árvores, como “frutos estranhos”.

Em setembro de 1998 o jornalista David Margolick publicou uma reportagem na revista “Vanity Fair”a respeito da canção e três anos depois, a matéria foi ampliada no livro.

O autor investiga está peça emblemática do repertório de Billie Holiday e para isso, reconstrói a história do nascimento da canção, liquidando mitos criados até por sua intérprete oficial.

Eu queria esclarecer a informação sobre o autor da canção, porque alguns mitos foram propagados pela Billie e pelas pessoas que assinaram com ela a sua autobiografia (“Lady sings the blues”) — diz o jornalista. — Eles fabricaram a história de que ela a teria escrito após testemunhar um linchamento.





Para Margolick, não há dúvidas de que Abel Meeropol é o autor da letra e da música. Homem branco e judeu progressista escrevia sob o pseudônimo de Lewis Allan , tinha pouco mais de 30 anos quando deparou com uma fotografia, publicada numa revista de direitos civis, que estampava o linchamento de dois negros ocorrido em Indiana, em 1930. Abalado com a imagem, Meerepol escreveu o poema “Bitter fruit” e mais tarde, em 1938, pisou à soleira do Café Society para mostrar a Billie sua nova canção.






Billie se apropriou da canção e fez dela um sucesso.
Margolick comenta:
Em sua tristeza e tragédia, Billie Holiday passou a encarná-la.
— “Strange fruit” foi escrita numa época em que as relações raciais nos EUA eram muito precárias. Os linchamentos, apesar de terem diminuído, não eram discutidos. Por isso, cantar aquela música foi um ato de coragem.



Esta pérola da musica mundial seria cantada por uma série de interpretes, mas jamais seria superada pela gravação de Billie Holiday. Ficou como um marco na sua carreira.
Neste breve mas rico relato, Margolick nos abre uma janela para um mundo: os Estados Unidos dos anos 30 e 40, um país dividido entre negros e brancos, progressistas e retrógrados, no qual Holiday ousou levar o terror do linchamento para dentro dos cafés e boates.



quinta-feira, 24 de abril de 2014

Músicas & Musas

Namoradas, esposas, rivais, groupies, celebridades e até ilustres desconhecidas. O livro Músicas & Musas – A Verdadeira História por Trás de 50 Clássicos Pop, de Frank Hopkinson e Michael Heatley, desvenda quem foram as mulheres que inspiraram grandes canções de sucesso eternizadas na história da música.

A Emily da música “See Emily Play”, do Pink Floyd; a Lola dos Kinks; a Suzanne de Leonard Cohen; a “dear Prudence”, de John Lennon. A esfuziante Pattie Boyd, ex-consorte dos “amigos-rivais” George Harrison e Eric Clapton – o mais célebre triângulo amoroso do rock – jogou luz em três hits monumentais: “Something”, “Layla” e “Wonderful Tonight”. A dançarina e costureira Maxine Feilbman, que casou com o letrista Bernie Taupin, foi cantada por Elton John na lírica “Tiny Dancer”.


Hopkins e Heatley não chegam a fazer grandes revelações, mas o livro vale pelo conjunto de mini-biografias (algumas breves e tristes, outras mais longas e inspiradoras - além de informações sobre os artistas e bandas, bem como curiosidades sobre a história das canções) , pelas fotografias (capazes de provocar nostalgia mesmo em quem não viveu a época) e pelo capricho do projeto editorial.

Segundo a critica da revista “Rolling Stone” : O único pecado do saboroso livro é a considerável quantidade de erros ortográficos e, ainda, algumas equivocadas traduções. Merece uma nova edição com uma boa revisão.






Título:Músicas & Musas: A verdadeira história por trás de 50 clássicos pop

Autores: Michael Heatley e Frank Hopkinson

Tradução: Christina Bazan e Christiane de Brito Andrei

Número de páginas: 144



quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Luz & Sombra - Conversas com Jimmy Page


Luz & Sombra - Conversas com Jimmy Page foi lançado em 2012, pelo editor-chefe da revista Guitar World, Brad Tolinski e publicado no Brasil pela Editora Globo. O livro é uma compilação de diversas entrevistas do jornalista com Page nas últimas duas décadas.

Construída a partir das palavras do próprio Jimmy Page , esta “autobiografia oral” é uma visão na primeira pessoa sem precedentes de um dos mais importantes músicos do rock.

Cobrindo toda a trajetória do músico, dos tempos trabalhando em estúdios até os dias de hoje, passando pelas parcerias com Paul Rodgers e David Coverdale, o livro procura deixar clara a importância de Page para o rock’n’roll, não só como instrumentista, mas também como produtor. Em certo momento, por exemplo, Tolinski informa aos leitores que uma das primeiras captações decentes do som de uma bateria foi idealizada por Page.


Se a ideia é saber mais sobre a vida pessoal de James Patrick Page esqueça: deixar isso de lado foi uma exigência desde as primeiras entrevistas. A infância e a adolescência do músico, portanto, são descritas em menos de dez páginas, deixando bastante curiosidade sobre a criação de Page. Os relacionamentos e excessos típicos de um rockstar são citados com bastante parcimônia pelo livro, sem sensacionalismo e sem grandes arroubos.


Antes de cada rodada de perguntas, “Luz & Sombra” apresenta pequenos capítulos introdutórios sobre a situação da carreira de Page em determinadas épocas, ajudando o leitor a contextualizar melhor as questões feitas por Tolinski.


Como bônus, o livro ainda traz entrevistas especiais feitas com amigos e parceiros de Page: Outro lendário guitarrista, Jeff Beck (The Yardbirds), o vocalista Paul Rodgers (Free, Bad Company e The Firm). Além de depoimentos dos músicos Jack White (White Striper), John Paul Jones (Led Zeppelin) e Chris Dreja (The Yardbirs). E uma conversa com o relações públicas do Led Zeppelin , Danny Goldberg que conta histórias do seu trabalho junto ao Led.

Outro destaque são matérias aleatórias e deliciosas como um inventário de suas guitarras, amplificadores e efeitos  e um depoimento do estilista John Varvatos sobre a influência  de Page na moda masculina e até mesmo um mapa astral do músico.


“Luz & Sombra” dá muito foco às guitarras: páginas e páginas são gastas comentando riffs, solos e texturas do instrumento, prato cheio para Guitarristas e músicos . Quem nunca segurou uma palheta na mão como é o meu caso, só vai se frustrar com a leitura recheada de termos técnicos se não for um amante do bom e velho Rock na Roll .


É indispensável ler mais essa biografia dos mais de cinqüenta anos do guitarrista, compositor e produtor Jimmy Page.