De origem desconhecida, o
turbante tem raízes no Oriente com registros anteriores ao século VII que
abrigaria o berço do islamismo na Península Arábica. É uma peça carregada de significados
simbólicos e com características estéticas variáveis.
A faixa de tecido cuja
denominação deriva do persa dulband e do turco tülbent ganhou popularidade na
França do início do século XVIII, com adornos de pedras preciosas e plumas.
Na fé islâmica o turbante tem uma
função religiosa importante. É um símbolo material que reforça a consciência
espiritual, uma fronteira entre a fé e a descrença.
Já na fé Sikh, religião
monoteísta indiana, os homens e mulheres não devem cortar os cabelos e sim
utilizar os turbantes. Na Índia os turbantes são utilizados para proteger a cabeça
do clima severo do deserto, representam sem nenhuma palavra a casta de quem o
usa, o status financeiro e a religião.
Na África os tecidos enrolados no
corpo fazem parte da cultura e os turbantes fazem parte dessa indumentária
complementando o conjunto. São utilizados por homens e mulheres e na África
Negra, os chamados turbantes gelê têm funções sociais, religiosas e fazem parte
da moda.
O turbante chegou ao Brasil, dada
a influência africana, como uma manta que se enrola na cabeça e que compõe o
traje das baianas, uma das principais figuras típicas do país.
Na moda, em 1930 o estilista
francês Paul Poiret, inspirado pela indumentária oriental e nos figurinos
exóticos, introduziu o acessório na alta costura fazendo a cabeça de várias
mulheres sofisticadas e artistas, entre elas Simone de Beavouir e Greta Garbo.
Logo depois foi a vez de Carmen Miranda popularizar o acessório no Brasil.
Coco Chanel também iria aderir ao
adereço. A moda, porém, realmente se
popularizou no final dos anos 30, com a eclosão da II Guerra Mundial. Em tempos
difíceis, os práticos turbantes se tornaram uma ótima ajuda para disfarçar
cabelos mal cuidados.
Muitas atrizes de Hollywood
apareceram retratadas com glamorosos turbantes nos anos 20 a 40.
Na década de 60 o movimento do
orgulho negro que teve origem nos Estados Unidos fez com que o uso do turbante
novamente voltasse ao cenário como uma forma de afirmação para o povo negro. Nina
Simone costumava usar lindos turbantes, geralmente com estampas étnicas.
A peça composta por uma faixa de
tecido enrolada na cabeça atravessa o tempo para se fazer presente na moda
atual como resposta ao multiculturalismo que dita às tendências. Em propostas
que cobrem parcialmente a cabeça ou na forma de faixa, os turbantes destacam a
cabeleira e truque super prático e rápido para domar os fios nos dias em que
teimam em não ficar no lugar.