O coração é um órgão muscular oco,
envolto por um saco cheio de líquido chamado pericárdio, localizado
no interior da cavidade torácica. Sua função é bombear o sangue
oxigenado (arterial) proveniente dos pulmões para todo o corpo e
direcionar o sangue desoxigenado (venoso), que retornou ao coração,
até os pulmões, onde deve ser enriquecido com oxigênio novamente
Com a falência do cérebro, uma pessoa
é declarada clinicamente morta, embora outros órgãos possam
continuar funcionando com a ajuda de equipamentos. Se o coração
para, no entanto, nada mais funciona no organismo.
Reverenciado desde a Antiguidade, o
órgão adquiriu uma forma para poetas e artistas no geral e outra
para os cardiologistas.
Só não dá para entender como a imagem cultuada virou sinônimo daquele órgão de 12 centímetros de altura por 8 de largura, 300 gramas de peso, com formato de um punho, situado no meio do peito e tão querido pelos cardiologistas.
Para alguns, sua origem deve-se à
semelhança com a folha da hera, que na Antiguidade representava o
símbolo da imortalidade e do poder, e não é de hoje que o coração
é associado às mais profundas emoções humanas.
Por volta do
século 5 a.C., começa na Grécia Antiga um debate palpitante sobre
a localização da alma. Explica-se: os gregos não concebem algo
espiritual sem assinalar um lugar no corpo. Hipócrates, o mais
famoso médico da Antiguidade, diz que a inteligência se encontra na
cabeça. Platão discorda. Para ele, a alma imortal está na cabeça,
mas a alma mortal, responsável pela inteligência e os sentimentos,
está no coração.
Aristóteles
contradiz essa separação. Só existe uma alma, afirma, e ela se
encontra no coração, o centro do ser humano, o fogo interno que dá
calor e vida. Fica assim estabelecido pelos séculos seguintes a
primazia do coração.
Daí para a representação do amor
romântico e ser utilizado na literatura e na música, foi um pulo.
Segundo o anatomista Liberato Di Dio,
responsável pela mais recente reformulação dos nomes dos órgãos
do corpo humano, o coração assumiu um papel primordial entre as
culturas por ser o único órgão que se pode ouvir e sentir pulsar.
"Quando
alguém passa por fortes emoções, o coração dispara e isso é
possível de perceber", afirma Di Dio. Os batimentos cardíacos
são um sinal de vida.
No século 19 e
início do século 20, o coração dá sinais de cansaço. Grandes
escritores como Balzac, Flaubert, Zola, evitam evocá-lo como sinal
de amor. Porém os hippies virão resgatá-lo na década de 60 e logo
o coração vai tornar-se um símbolo comercial e é hoje um dos
ícones mais usados no mundo.
Melhor do que ter uma grande beleza, é ter um grande coração
- Leonardo da Vinci
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