Hoje
é o dia internacional da mulher, houve conquistas ao longo de mais
ou menos 100 anos da ideia de sua criação e 40 anos de sua
oficialização pela ONU.
Conta-se
que em 8 de março de 1857, 129 operárias morreram carbonizadas em
um incêndio
que
ocorrera nas instalações de uma fábrica têxtil na cidade de Nova
York. Esse incêndio teria, supostamente, sido intencional. O
proprietário da fábrica, como forma de repressão extrema às
greves e levantes das operárias, teria trancado suas funcionárias
na fábrica e nelas ateado fogo. Essa história, contudo, tem
sido descrita como
falsa.
Entretanto,
houve sim um incêndio em uma fábrica de tecidos em Nova York, mas
ele aconteceu no dia 25 de março de 1911, às cinco horas da tarde,
na Triangle
Shirtwaist Company,
e vitimou 146 pessoas, sendo 125 mulheres e 21 homens. A maior parte
dos mortos era constituída de judeus. As causas desse incêndio
foram as péssimas instalações elétricas da fábrica associadas à
composição do solo e das repartições da fábrica e, também, à
grande quantidade de tecido presente no recinto, o que serviu de
acelerador para o fogo. A esse cenário trágico se somou o agravante
de alguns proprietários de fábrica da época, incluindo o da
Triangle,
usarem como forma de contenção de motins e greves o artifício de
trancar os funcionários na hora do expediente. No momento em que a
Triangle
pegou
fogo, as portas estavam trancadas.
Um
ano antes dessa tragédia, em 1910, na cidade de Copenhague, ocorreu
o II
Congresso Internacional de Mulheres Socialistas,
que foi apoiado pela Internacional Comunista. Nesse evento, a então
membro do Partido Comunista Alemão, Clara
Zetkin,
propôs a criação de um Dia Internacional da Mulher, sem,
entretanto, estipular uma data específica. Essa proposta era fruto
tanto do feminismo, que ascendia naquela época, quanto das correntes
revolucionárias de esquerda, como o comunismo e o anarquismo –
inclusive, a anarquista lituana Emma
Goldman foi
um dos nomes mais importantes da época.
O
incêndio de 1911 viria a ser sugerido, nos EUA, como dia simbólico
das mulheres (tal como sugerido por Clara Zetkin). A maioria dos
movimentos reivindicava melhorias nas condições de trabalho nas
fábricas e, por conseguinte, a concessão de direitos trabalhistas e
eleitorais (entre outros) para as mulheres. Vários protestos e
greves já ocorriam na Europa e nos Estados Unidos desde a segunda
metade do século XIX. O movimento feminista e as demais associações
de mulheres capitalizaram essas manifestações, de modo a
enquadrá-las, por vezes, à agenda revolucionária. Foi o que
aconteceu em 08 de março de 1917 na Rússia,
as mulheres trabalhadoras do setor de tecelagem entraram em greve e
reivindicaram a ajuda dos operários do setor de metalurgia. Essa
data entrou para a história como um grande feito de mulheres
operárias e também como prenúncio da Revolução Bolchevique.
Após
a
Segunda
Guerra Mundial, o
dia 08 de março (em virtude da greve das mulheres russas) começou a
tornar-se aos poucos o símbolo principal de homenagens às mulheres.
Ao mês de março também foi, a partir de então, associado o evento
do incêndio em Nova York, ocorrido no dia 25. A partir dos anos
1960, a data já estava praticamente consolidada.
Mas
somente no ano de 1975, através de um decreto, a data foi
oficializada pela ONU
(Organização das Nações Unidas).
(Organização das Nações Unidas).
Ao ser criada esta data, não se pretendia apenas comemorar. Na maioria dos países, realizam-se conferências, debates e reuniões cujo objetivo é discutir o papel da mulher na sociedade atual. O esforço é para tentar diminuir e, quem sabe um dia terminar, com o preconceito e a desvalorização da mulher. Mesmo com todos os avanços, elas ainda sofrem, em muitos locais, com salários baixos, violência masculina, jornada excessiva de trabalho desvantagens na carreira profissional. Muito foi conquistado, mas muito ainda há para ser modificado nesta história.
Não
se nasce mulher: torna-se.
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