segunda-feira, 30 de setembro de 2013

ARTE E CIÊNCIA


À primeira vista parece difícil pensar em um ponto de encontro entre a arte e a ciência. Desde a infância aprendemos na escola disciplinas separadamente, sendo que na arte sempre se prezava pela subjetividade, criatividade e interpretação, e nas disciplinas científicas valorizava-se sempre a razão, o método e a obtenção de resultados concretos.

Comparando a criação científica e a artística observamos que na origem do ato criador o cientista não se diferencia do artista, apenas trabalham materiais diferentes do Universo. Ciência e arte tem uma origem comum, na capacidade para formular hipóteses, imagens, idéias, na colocação de problemas.
 

O segredo do sorriso de Mona Lisa não está nos códigos secretos ou em fórmulas mirabolantes, como muitos podem pensar. Na verdade, o mistério todo é solucionado quando vemos que o desejo de Leonardo da Vinci sempre foi a criação de uma “ciência visual”. A anatomia foi o campo escolhido por Da Vinci para retratar em sua arte as análises que fez ao longo de sua vida.


 
 
 
 
Leonardo ousou a operação que outros não haviam feito e tentou superar a distância que havia entre artes e ciências. Trazendo para a pintura conhecimentos da filosofia natural, modificou o significado da pintura.
 
 
As mentes científicas e artísticas são sensíveis às analogias e similaridades icônicas como bem registrou Einstein.


 
 
Exemplos como: Kekulé (químico alemão do século XIX), ele criou a fórmula da molécula do benzeno em analogia com o "Uroboros"(serpente que se morde a cauda).
 

 
E Edgard Allan Poe com seu ensaio "A Filosofia da Composição", se auto-intitula "engenheiro literário"ao mostrar o processo de composição literária que parte dos efeitos para as causas (feedback) na narrativa verbal.


Quando o músico produz um som, seja qual for o instrumento musical, ele está produzindo freqüências, timbres e intensidades que pertencem ao campo de estudo da física. Uma musica tocando é a combinação de diversas leis universais, e essas leis são imutáveis. Notas musicais são sempre as mesmas, o que difere, são as infinitas combinações obtidas de acordo com a criatividade musical do artista.


Físicos não precisam sair solando uma guitarra como Brian May (guitarrista da banda Queen), para conhecer e aplicar as leis físicas que regem o som e músicos não precisam saber física para cantar e tocar um instrumento, contudo eles sabem que sensíveis mudanças, como uma oitava de diferença entre um instrumento e outro, poderá resultar em perda de qualidade musical. Notas musicais combinadas formam seqüências, escalas e arranjos que resultam em belos e cativantes sons harmoniosos.



São muitos, em todo o mundo, os que reconhecem que as ciências e as artes se encontram e se fertilizam contínua e reiteradamente. Esse é um contraponto que vem de longe e que se afirma e reafirma no curso dos tempos modernos.




Conclui-se que a intuição sem conceito não existe e que o conceito sem a intuição é vazio, assim "a arte é a união do instinto (intuição) com a inteligência".
"A ciência descreve as coisas como são; a arte como são sentidas." (Fernando Pessoa)





BIBLIOGRAFIA:

Arte/Ciência: Uma consciência -Julio Plaza


Da Vinci: entre a arte e a ciência - Helena Stürmer


Variações sobre arte e ciência - Octavio Ianni












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